Já estão definidas as semifinais da Copa América Chile 2015. E o Brasil mais uma vez ficou de fora nas mãos, ou nos pênaltis, do seu mais novo algoz, o Paraguai.
Vão chover críticas ao Dunga. O técnico que não foge das polêmicas e dos confrontos com a imprensa. Mas a culpa é só do treinador? Os jogadores brasileiros desta geração estão à altura do desafio? Lembra-me de uma outra geração, argentina esta, de grandes nomes como Cambiasso, Riquelme, Roberto Ayala… No entanto, não é suficiente serem bons jogadores nos times. É preciso algo a mais para vingar na Seleção.
Também é responsabilidade dos treinadores. E dos cartolas! Vide o exemplo incontestável: na semifinal da Copa América haverá quatro treinadores argentinos. O Gareca fracassou no Palmeiras. Mas foi o Gareca quem fracassou? Saiu e Oswaldo de Oliveira também foi demitido do Verdão. Não será que o jogador brasileiro ainda acha que só com talento e ginga alcança para vencer? Que quando ele quiser se inspirar muda o rumo da história? E isto vai muito além do técnico.
Enquanto na Argentina novos treinadores fizeram “estágio” com grandes treinadores em grandes equipes do futebol mundial como Gabriel Milito com Pep Guardiola, Mauricio Pellegrino com Rafa Benítez e a lista segue; no Brasil é troca-troca de técnicos sem novidades táticas.
Aqui, na Argentina, fala-se de “pressão alta”, “intensidade”, “dinâmica”. Prova dessa filosofia podem ser os primeiros tempos que a própria Argentina jogou contra o Paraguai na estreia e contra a Colômbia nas quartas de final. No Brasil ainda joga-se como se fosse nos anos ´70, em uma cadência e velocidade que facilmente cai na boa disposição que qualquer rival possa mostrar como foi ontem o Paraguai, sobre tudo no segundo tempo. Até pareciam mais em campo!
Acho que está na hora de ser sinceros no papo. Uma cartolagem vergonhosa, com velhas estratégias e velhos truques, que convocam os mesmos de sempre e o futebol mudou. Os jogadores se aplicam e mostram o seu potencial quando jogam fora porque aqui não são exigidos como se deveria. Porque as receitas são velhas e o sabor do futebol brasileiro, na verdade, ficou rançoso.