Soñar haciendo…

Reencontré la ciudad después de 14 años. Y regresar hecho otro, con una mirada distinta, con percepciones diferentes, me motivó a buscar un desafío, un sueño para concretar.

bar la orquidea-1

Pasé tres meses y como ocurre la mayoría de las veces, la inspiración llegó de repente. – Cómo podría plasmar y reverenciar a Buenos Aires, mi ciudad de alguna forma? Cómo tratar de armar una narrativa porteña?- pensaba. Así fue que durante una tarde medio nublada de invierno se me ocurrió juntar lo icónico de esta ciudad con lo universal.

Así surgió la idea de hacerlo. Por ahora es embrionario… “Cafés y Corazones” se llama. Será el intento de amalgamar la atmósfera porteña a través de sus bares; y las emociones de quienes allí están, para tratar de desentrañar esa curiosa y revirada naturaleza tan particular de los que viven y conviven en la ciudad de Buenos Aires.

bar la orquidea-4

Debe ofrecer lindos retratos. Quién sabe, un día, un libro (ese es el objetivo de máxima). A los que quieran aportar ideas… bienvenidos sean!

Buenos Aires se vê…

Esta foto, é uma imagem do vídeo da canção “En la ciudad de la furia”, ou em português “Na cidade da fúria” da banda argentina, já extinta, Soda Stéreo que fala sobre Buenos Aires. Cidade de contradições e humores cambiantes, capital da Argentina. O líder do grupo, Gustavo Ceratti, está em coma induzido há quase três anos após um AVC.

Reprodução vídeo Soda Stéreo "En la ciudad de la furia"

A produção foi revolucionária na época, tendo sido um dos primeiros clipes filmados com tecnologia cinematográfica no auge da carreira da banda e onde se mostra a arquitetura clássica da capital argentina enquanto a música fala de sentimentos íntimos como solidão, o anonimato, o flanar sem sentido pela cidade que ao mesmo tempo alberga e hostiliza quem mora nela.

O caminho dos sonhos e a máquina do tempo

Andar tem seus encantos. A cada saída, em cada aventura, o andarilho pode se deparar com uma surpresa. Flanar, que vem do substantivo francês ‘flânarie’, significa vagar pelas ruas não simplesmente caminhando, mas andar e observar tudo em volta.

O flanêur gosta das ruas e dos seus passeios nos quais repara em detalhes que para outros sujeitos podem passar despercebidos. Ele valoriza objetos, lugares, pessoas que o observador comum já não repara, por fazerem parte de uma rotina.

É bem esse o espírito quando, diante de um objeto como a da fotografia, uma pick-up Ford F1, ao ser fotografada em preto e branco e fechando os olhos, dá para quase se situar 50 ou 60 anos atrás. Sonhar com os olhos abertos, sonhar acordado faz parte dessa arte.

© Néstor J. Beremblum


O cinema do francês George Méliès, lá no início do século XX, mostrou como a imagem construída podia encantar e fazer “viajar” à Lua no seu filme de 1902. A composição da imagem foi essencial. Foi ele que introduziu o conceito de “storyboard” no cinema.

A fantasia na imagem não é mais do que a fantasia de quem a vê e vivencia intensamente seu mundo interior nela. Seja fotografando ou contemplando, o importante é deixar a nossa imaginação nos levar.