Soñar haciendo…

Reencontré la ciudad después de 14 años. Y regresar hecho otro, con una mirada distinta, con percepciones diferentes, me motivó a buscar un desafío, un sueño para concretar.

Pasé tres meses y como ocurre la mayoría de las veces, la inspiración llegó de repente. – Cómo podría plasmar y reverenciar a Buenos Aires, mi ciudad de alguna forma? Cómo tratar de armar una narrativa porteña?- pensaba. Así fue que durante una tarde medio nublada de invierno se me ocurrió juntar lo icónico de esta ciudad con lo universal.

Así surgió la idea de hacerlo. Por ahora es embrionario… “Cafés y Corazones” se llama. Será el intento de amalgamar la atmósfera porteña a través de sus bares; y las emociones de quienes allí están, para tratar de desentrañar esa curiosa y revirada naturaleza tan particular de los que viven y conviven en la ciudad de Buenos Aires.

Debe ofrecer lindos retratos. Quién sabe, un día, un libro (ese es el objetivo de máxima). A los que quieran aportar ideas… bienvenidos sean!

25 de Mayo

A los que reclaman del gasto del gobierno nacional que dicen desmedido por los festejos de la Revolución de Mayo, les digo que Georges Bataille, un filósofo francés decía que «la fuente y la esencia de nuestra riqueza se encuentra en la radiación del sol, la cual dispensa energía —riqueza— sin contrapartida. El sol da sin recibir».

Ahora si el concepto es demasiado profundo, lo bajo a tierra un poquito. Nadie dice que el Carnaval de Rio de Janeiro, o la organización de un Mundial es un despilfarro de guita a lo pavo con provecho para quien lo organiza y los grupos de interés vinculados a ellos.

Entonces, por favor, es lícito, absolutamente lícito no querer formar parte de la fiesta. Muy bien. Dejen que los demás se diviertan y mientras tanto sigan bebiendo de ese trago amargo que decidieron consumir.
Saludos!

Fuegos + Tango

Milhares de pessoas assistiram na noite deste sábado o show de fogos realizado pelo artista chinês Cai Guo Quiang, quem fora o encarregado do espetáculo de fogos dos Jogos Olímpicos de Beijing em 2008.

Misturando-se com trilhas de tango, com um palco com orquestra ao vivo, os fogos estouravam no céu da Vuelta de Rocha, no tradicional bairro portenho de La Boca da Cidade de Buenos Aires.

18 anos… de impunidade

Hoje faz 18 anos do atentado terrorista que matou 85 pessoas e deixou mais de 300 feridos à Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA). O prédio da rua Pasteur 633 foi atingido por um carro bomba às 9h53 da manhã de uma segunda-feira, quando ainda se falava em Buenos Aires da conquista do tetracampeonato brasileiro após vitória nos pênaltis diante da Itália na Copa do Mundo dos EUA.

A fotografia pode entregar informações e emoções, mas neste post estão expostas apenas as fotografias das 85 pessoas que morreram no início do expediente de uma semana qualquer.

Conheci pessoalmente muitos deles, pois trabalhei nesse prédio durante alguns anos da minha adolescência. Meu pai, estava dentro do prédio na hora da explosão. Lembro perfeitamente dessa manhã onde fiquei sabendo do acontecido indiretamente pelo rádio que informara de uma explosão perto da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires.

A intuição fez que eu automaticamente ligasse para o meu pai. E soube que algo andava mal pois o telefone só tocava sem ninguém atendê-lo. Assim comecei uma maratona de ligações -à minha casa, à minha avó- numa época que o celular não era tão utilizado quanto hoje. Poucos minutos depois soube melhor sobre o ocorrido e, então, fiquei passando as informações para os seres queridos tentando manter a tranquilidade para acalmá-los.

A motivação do atentado, assim como os responsáveis pela autoria, ainda continuam sem resposta concreta. Passaram-se anos e quilogramas de papéis empilhados nos juizados que assumiram as investigações. Além da colaboração de policiais locais, o ataque -ocorrido dois anos depois à Embaixada do Israel- contou com a participação de elementos do Hezbollah e de funcionários do governo iraniano. Alguns deles entraram ao território argentino desde a tríplice fronteira.

No entanto, a frieza do relato histórico dos fatos não devolve a vida aos seres queridos que ainda choram a perda dos seus mortos. Os sobreviventes seguem sem saber realmente o quê aconteceu e sem o julgamento e condena dos responsáveis.

Buenos Aires e seu BRT

Antes mesmo que o Rio de Janeiro, Buenos Aires tem implantado o Metrobus, um sistema similar ao BRT que a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado vêm construindo com financiamento do BNDES de olho na Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos 2016.

As autoridades da capital argentina, têm tentado melhorar e organizar o trânsito da cidade. Uma das medidas visou o transporte público que possui unidades com marchas automáticas e controle de velocidade via câmeras em quase toda a cidade. Com a fiscalização da velocidade dos motoristas -não apenas os dos ônibus- o deslocamento tem se mostrado mais ordenado e menos caótico.

Em cima dos “coletivos”, além do passageiro não sofrer com as freadas e aceleradas compulsivas e violentas, a velocidade é quase constante e o tempo para chegar a destino é bem razoável. Destaque é o espaço existente entre um assento e outro, com lugar até para esticar confortavelmente as pernas!

E o mais interessante, as obras foram projetadas e executadas em pouquíssimo tempo com estações não tão luxuosas quanto as que a Prefeitura carioca projeta, mas com igual eficiência. Sem dúvida, os valores investidos foram menores em Buenos Aires, e os resultados estão à vista. Será preciso aguardar ainda, para ver a primeira parte do BRT carioca ser implementado e avaliado na sua funcionalidade.

Fato é que é muito mais dinheiro gasto e maior o tempo que o usuário esperará para ver funcionando uma alternativa mais digna para se deslocar na Cidade Maravilhosa. Detalhe a levar em conta é o custo da passagem: Um peso e vinte e cinco centavos, pouco mais do que cinquenta centavos de real. Isto porque o Estado Nacional subsidia o transporte público de passageiros.

Buenos Aires se vê…

Esta foto, é uma imagem do vídeo da canção “En la ciudad de la furia”, ou em português “Na cidade da fúria” da banda argentina, já extinta, Soda Stéreo que fala sobre Buenos Aires. Cidade de contradições e humores cambiantes, capital da Argentina. O líder do grupo, Gustavo Ceratti, está em coma induzido há quase três anos após um AVC.

Reprodução vídeo Soda Stéreo "En la ciudad de la furia"

A produção foi revolucionária na época, tendo sido um dos primeiros clipes filmados com tecnologia cinematográfica no auge da carreira da banda e onde se mostra a arquitetura clássica da capital argentina enquanto a música fala de sentimentos íntimos como solidão, o anonimato, o flanar sem sentido pela cidade que ao mesmo tempo alberga e hostiliza quem mora nela.

Onze anos

Passou o tempo e já há 11 anos aqui. O mais portenho dos cariocas, o mais carioca dos portenhos e uma indefinição constante. Dias cinzentos me fazem lembrar de Buenos Aires. Especialmente nesta época quando, de criança, começava a experimentar o frio e o tempo chuvoso nas minhas caminhadas rumo à escola e o colégio. Aqui, o clima mais ameno e a diversidade de cores e tons não me fazem sentir essa estranha sensação de melancolia e unida à lentidão quase pegajosa com que os ponteiros do relógio da minha imaginação andavam vagarosamente.

Por isso, no Rio de Janeiro tenho a sensação de vertigem e velocidade. De uma imensidão de cores. E quando no trópico amanhece um dia como este, inevitavelmente me recorda as minhas origens.

Mistura de saudades, ausência e identidade, os dias chuvosos me transportam a Buenos Aires, à atmosfera, o (mau)humor, a uma conversa com as pessoas queridas com o “mate” e as “medialunas”. O portenho que não quer me abandonar, se debate em briga interna com o carioca que reluta em se completar. Emfim, apaixonado pelo melhor que os dois oferecem. Dividido entre duas imensas musas sul-americanas.

Aquecendo para The Wall – Parte 2

Mais um muro. Dos tantos que temos na cidade. Uma parede que se levanta para dividir o de fora e o de dentro. Mais um dos vários que passarão por este blog no aquecimento dos shows que Roger Waters fará no Brasil encenando The Wall.

© Néstor J. Beremblum

Quando Pink Floyd gravou o álbum, em 1979, ainda não se falava dos movimentos neonazistas, permanecia a vergonha mundial pelas atrocidades da Segunda Guerra Mundial, poucos anos antes acontecera o trágico Setembro Negro nas Olimpíadas de Munique.

Lá, os movimentos neonazistas deram cobertura e apoio aos terroristas palestinos que invadiram a Vila Olímpica e assassinaram atletas israelenses. Waters mostrava algo que ainda estava em estado embrionário após a queda do Terceiro Reich.

Com as crises econômicas, a intolerância (não somente religiosa, mas étnica, política e de todas as formas conhecidas) aparece em seu estado mais puro. É preciso achar um culpado. Assim é que tem funcionado ao longo da história.

Pink, o personagem de “The Wall” o mostra claramente ao subir ao palco quando contesta sobre alguns assistentes ao show.

© Getty Images

Falando em show, Roger Waters fez, nesta quarta-feira (7), o primeiro dos nove shows em Buenos Aires com comentário elogiosos e emocionados dos que foram assistir. Um amigo afirmou que foi “impressionante, é um show que mexe com a cabeça de qualquer um”.

Se for assim, vale a pena. Porque é preciso de alguns estímulos que façam a cabeça funcionar, mesmo que de vez em quando.

Rock in Rio 2013 em Buenos Aires

Finalmente Argentina será o segundo país da América do Sul a receber o Rock In Rio após o pré-acordo alcançado entre a organização do megaevento e o Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires. Segundo o documento, os shows acontecerão em setembro de 2013, uma semana depois do festival acontecer no Rio de Janeiro.

© Néstor J. Beremblum

Segundo o presidente e criador do festival, Roberto Medina, alguns elementos pesaram em favor da escolha da capital argentina como a segunda cidade para acolher o evento. Para Medina, a cooperação institucional, a proximidade com o Rio de Janeiro e a íntima relação da Argentina com o gênero foram as principais razões para a escolha. Também a afluência de turismo internacional foi um elemento importante na hora de analisar a proposta para que Buenos Aires seja o novo destino de um dos maiores eventos de música y entretenimento do mundo.

© Néstor J. Beremblum

O festival acontecerá no Parque de la Ciudad, um espaço de 200 mil metros quadrados que ficou fechado nos últimos 30 anos e Buenos Aires terá assim a quarta Cidade do Rock do mundo, depois do Rio de Janeiro, Lisboa e Madri, com capacidade de albergar 100 mil visitantes por dia.

Por enquanto, apenas foi assinado o “Protocolo de Intenções” entre as partes no qual se explicitam as condições necessárias para a realização do festival. Dentro de um período de 60 e 90 dias, deve ser assinado o contrato definitivo.

© Néstor J. Beremblum

Na última edición no Rio de Janeiro, em setembro e outubro de 2011, setecentas mil pessoas assistiram os shows ao vivo ao longo dos siete días, deixando nos cofres da Prefeitura do Rio de Janeiro nada menos que U$S 460 milhões de dólares. O show de Metallica foi visto ao vivo, através do Youtube, por mais de 3 milhões de espectadores atingindo um novo recorde para tal transmissão.

Antes de desembarcar em Buenos Aires, Rock in Rio passará por Lisboa e Madrid entre maio e julho, onde se apresentarão Bruce Springsteen, Red Hot Chili Peppers, Maroon 5, Lenny Kravitz e David Guetta, entre outros artistas.

Tango, que me fizeste mal…

Assim diz a letra escrita por Enrique Pedro Maroni. A dança e a cadência tipica do ritmo do Rio de la Plata faz que homens e mulheres se aproximem e dancem juntos, colados, quebrando a distância normal do dia a dia.

© Néstor J. Beremblum

A febre e o redescobrimento dessa expressão artística fez que o governo da cidade de Buenos Aires tenha criado o “Tango Buenos Aires, Festival y Mundial” em 1998. Começou sendo um encontro bienal, mas desde 2004 acontece todo ano na capital argentina.

© Néstor J. Beremblum

Orquestras, músicos e casais do mundo todo participam desse encontro que reúne os amantes do gênero. Em 2012, o evento acontecerá entre 14 e 28 de agosto.