Persistência

Namorei estas fotos durante muito tempo. Acontecia sempre alguma coisa que não me permitia fotografar este momento único. Ou eu chegava antes, ou depois, e não encontrava ele com sua rede no fim da tarde, no por do Sol. Foi assim durante meses se não anos…

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Nunca tirei da cabeça a imagem primária que tive quando o observei desde o calçadão, nem me lembro exatamente quando. Mas sim tive a certeza absoluta, o “insight” que a luz do entardecer, o movimento da rede e do mar e a figura dariam uma bela imagem.

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Por essa composição o primeiro que veio a mim foi a figura de Paulo Freire. Tal vez por isso de “não se deve dar o peixe e sim ensinar a pescar”. E além de concordar, Paulo Freire foi um dos brasileiros que me encantaram ainda em tempos de faculdade. Por isso, de certa forma, humildemente, eis aqui a minha homenagem a ele, e aos milhões que batalham todo dia duramente para levar um peixe à mesa e por tentar uma sociedade mais digna, mais justa e com educação.

Feliz dia trabalhador!

A maioria dos países adotou o dia de hoje – 1° de maio- como o Dia Internacional do Trabalho após o acordo do Congresso Operário Socialista da Segunda Internacional, que fora realizado em Paris em 1889. Nem todos os países aceitaram de imediato a decisão que representou e continua representando a luta e a reivindicação dos direitos ds trabalhadores e homenageia os Mártires de Chicago, sindicalistas de orientação anarquista executados nessa cidade dos Estados Unidos pela sua participação em demanda das oito horas de trabalho.

Os protestos tiveram sua origem na greve iniciada o 1° de maio de 1886 e que teve seu ponto de máxima tensão três dias depois, no dia 4 na Revolta de Haymarket onde foram condenados à morte cinco trabalhadores pela responsabilidade no confronto com a polícia local num julgamento ilegítimo. Curiosamente ou não, nos Estados Unidos não se celebra esta data.

Instantâneas da cidade – Contrastes

A cidade não só mostra sua imponência através da sua arquitetura. Nas ruas das grandes cidades, cada vez mais, pode se ver mais a indiferença e a “invisibilidade pública”.

A Cinelândia, local no centro do Rio de Janeiro, oferecia nesta segunda-feira (27) esta imagem.

© Néstor J. Beremblum

Achei interessante o “trocadilho” do nome de um filme brasileiro de atual exibição com a situação deste sujeito e de tantos outros, na Cidade Maravilhosa quanto em muitas outras do país e no Brasil afora.

Infelizmente, o sentimento de tristeza e, como revelou um estúdio feito na USP, as diferenças sociais criam “seres invisíveis”. A percepção humana fica condicionada à divisão social do trabalho enxergando-se somente as funções e não as pessoas. E se não há trabalho então…