Todo final de semana é igual. E quando há feriado mais ainda. Dezenas de pessoas pegam poucos pertences, uma barraca, às vezes nem isso, apenas cobertas e vêm para a praia.
Diferentemente da pomposa festa feita na Zona Sul da cidade ao por do sol na praia de Ipanema, estas pessoas dormem na praia e comemoram com silencioso respeito, e uma devota contemplação, o indescritível nascer do dia.
Quase como uma catarse, acho, daqueles que não têm uma vida fácil, programada, sossegada. Aqueles que a cada dia que começa, iniciam uma aventura para saber o que virá no dia seguinte… e assim por diante. Uns aplaudem e comemoram o final da jornada. Sorridentes, vitoriosos, exultantes. Do outro lado da cidade, a outra cara da moeda.
Mais humildes, bem mais quietos, sem fazer pompas, outros festejam o nascimento de mais um dia… e agradecem o simples fato de continuarem na luta com a esperança que esse não seja o último amanhecer a assistir.