Filosofia

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É hora de parar para observar. Apreciar o silêncio e deixar-se encantar com aquilo que sempre está e nem sempre conseguimos reparar. Ver como as cores são vivas. Às vezes, mais vivas do que nós mesmos.

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O convite é voar. Viajar com calma. E com alma. Fazer de conta que a vida tem um dia, e nele, é preciso descobrir o valor real do que temos em volta.

Lavando a alma

Fazia um tempo que não sentia. 

A liberdade, a expectativa. 

Assim, de repente, tomei consciência, providências

e assim voltar à essência, 

desfrutar desde o primeiro minuto do nascer do dia.

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Coincidências (à flor da pele)

Quando decidi mudar de país achei por bem levar algumas coisas para aprender a nova língua que faria parte da minha realidade por alguns anos. Nem sabia quantos naquela época. Então comprei alguns CDs pois nessa época não era tão massivo baixar músicas pela Internet e um desses foi uma coletânea de Cazuza, que já conhecera pela versão de “O tempo não para” em espanhol cantada por uma banda de rock argentina.

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Ontem, reorganizando minha discoteca, achei esse CD duplo. E decidi colocá-lo no meu telefone para vir ouvindo ao trabalho. Interessante. E não é que quando estou ouvindo “Codinome beija-flor” se me aparece esta situação para fotografar?

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As coincidências estão aí. Precisamos estar mais sensíveis, mais abertos e mais dispostos para aproveitar esses momentos mágicos. Coisas simples, verdadeiras é que nos devolvem à realidade. Essa tão mais aprazível da que a que construimos e nos empenhamos em criticar e que nos tira o foco do que é realmente viver.

Rampa da Pedra Bonita

Foram quase 13 anos e neste domingo, pela primeira vez, visitei a rampa da Pedra Bonita de onde turistas e amantes do parapente e da asa delta descem contemplando a imponência de parte da cidade do Rio de Janeiro.

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A medida que vai subindo, deixa para trás o estresse e a correria. O barulho dá lugar ao silêncio apenas interrompido pelas corridas na rampa superior de onde decola o pessoal que inicia a viagem de asa delta.

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Assim como 48 horas antes pude sentir a mesma sensação olhando a cidade do alto da Vista Chinesa, neste domingo me convenci que o problema somos nós no meio dessa loucura chamada “cidade”. Talvez seja o meio que nos modifique, talvez sejamos nós mesmos que não nos permitimos esse tempo ocioso para deixar de ter os mais diversos e fúteis estímulos para reencontrar-nos com a nossa essência.

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Nesses últimos dias descobri quanto é bela e imponente a paisagem… quanto é gigantesca e poderosa essa natureza. Nós, os invasores, é que não temos verdadeira dimensão das coisas e das consequências das atitudes que nós tomamos cada dia, todos os dias.

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Persistência

Namorei estas fotos durante muito tempo. Acontecia sempre alguma coisa que não me permitia fotografar este momento único. Ou eu chegava antes, ou depois, e não encontrava ele com sua rede no fim da tarde, no por do Sol. Foi assim durante meses se não anos…

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Nunca tirei da cabeça a imagem primária que tive quando o observei desde o calçadão, nem me lembro exatamente quando. Mas sim tive a certeza absoluta, o “insight” que a luz do entardecer, o movimento da rede e do mar e a figura dariam uma bela imagem.

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Por essa composição o primeiro que veio a mim foi a figura de Paulo Freire. Tal vez por isso de “não se deve dar o peixe e sim ensinar a pescar”. E além de concordar, Paulo Freire foi um dos brasileiros que me encantaram ainda em tempos de faculdade. Por isso, de certa forma, humildemente, eis aqui a minha homenagem a ele, e aos milhões que batalham todo dia duramente para levar um peixe à mesa e por tentar uma sociedade mais digna, mais justa e com educação.

Um novo dia

Às vezes as coisas não acontecem como queremos. Parece que o dia será nublado, cinzento.

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É preciso olhar em outra direção para ver que pode ser diferente. E que há outras coisas. É um exercício complicado, muitas vezes, de ser feito.

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No entanto, vale a pena o esforço. Pois assim será possível ter revanche e sair vitorioso nessa luta diária por viver e ser feliz.

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O retorno à simplicidade

Todo final de semana é igual. E quando há feriado mais ainda. Dezenas de pessoas pegam poucos pertences, uma barraca, às vezes nem isso, apenas cobertas e vêm para a praia.

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Diferentemente da pomposa festa feita na Zona Sul da cidade ao por do sol na praia de Ipanema, estas pessoas dormem na praia e comemoram com silencioso respeito, e uma devota contemplação, o indescritível nascer do dia.

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Quase como uma catarse, acho, daqueles que não têm uma vida fácil, programada, sossegada. Aqueles que a cada dia que começa, iniciam uma aventura para saber o que virá no dia seguinte… e assim por diante. Uns aplaudem e comemoram o final da jornada. Sorridentes, vitoriosos, exultantes. Do outro lado da cidade, a outra cara da moeda.

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Mais humildes, bem mais quietos, sem fazer pompas, outros festejam o nascimento de mais um dia… e agradecem o simples fato de continuarem na luta com a esperança que esse não seja o último amanhecer a assistir.

Mãe natureza ou natureza de mãe

Tomei-me um tempo desses que nós consideramos vital e decidi visitar a natureza em seu estado puro e sem a tortuosa intervenção das pessoas que a acuam cada vez mais. Por isso decidi ir na Pista Claudio Coutinho, na Urca, nesta segunda-feira. Para evitar encontrá-la cheia de visitantes. E consegui passear, olhar, fotografar e refletir sem grandes interrupções.

Entre o silêncio, o canto dos pássaros, e o estrondo do mar batendo nas pedras pude registrar uma cena linda. Uma mãe sagui cuidando de um dos seus filhotes e, logo depois, um outro reclamando a atenção dela.

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Diante de tanto egoísmo, de tanto playstation e celular além de outras tantas estratégias para entreter crianças, a mãe sagui mostra que o essencial nunca muda. E eu, confesso, fiquei com uma pontinha de ciúme e saudade dos carinhos e cuidados da minha mãe, saudades da família.

Retrospectiva 2013 – Climatempo e Natureza

Festa de cores, locais únicos e exuberantes. A parte mais criativa e inspiradora de fotografar. Recriar a magia e a energia de cada dia que começa, a força da natureza.

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